segunda-feira, 28 de abril de 2008

Um adeus para...

E mais nada havendo a dizer, calaram-se no silêncio da noite. Incrédula no presente, fechou os olhos, para dar vida ao que a fazia sofrer…

Sentiu um toque, um beijo na cara… (“não quero abrir os olhos” - pensava) tinha medo do que podia ver… ele avançou… mas, hesitou e recuou. Já as lágrimas escoriam pela cara.

Não aguentara mais… a sua presença naquele local era fútil… tentou virar costas mas seus pés estavam presos! Faltava algo…
Ele aproximou-se dela… era sua vez de falar… no entanto não sabia o que dizer… tocou-lhe na cintura (sabia que ela estava prestes a ir embora) e disse baixinho “espera, preciso de ti aqui…”... (“Desculpa, tudo o que te fiz, perco-me nos teus olhos, vejo-me nos teus lábios, não mereço estar sequer perto de ti, o que te fiz, faz de mim a pior criatura. Desculpa por, em um dia da minha insignificante vida te ter feito sofrer, mas deixa-me olhar-te uma ultima vez, deixa-me sentir teus lábios um ultimo momento… manda-me embora depois disso… dá-me aquilo que eu fui incapaz de te dar…”), mas, não lhe disse uma única palavra… ele aproximou seus lábios dos dela, ela não queria mas o coração falou mais alto, deixou-se beijar…

Ela parou, e lhe disse simplesmente “até nunca…”

Um adeus para ...

sábado, 12 de abril de 2008

Um dia quis voar

Um dia como qualquer outro… O sol dava-se por perdido e eu perdi-me com ele… a chuva caía e eu, sentada na minha cama, no meu cubículo invejava a sua invulgar maneira de encarar cada obstáculo… a maneira que tinha de não fugir e não ignorá-lo… caía-lhe em cima com a mesma facilidade que eu a contemplava…

Com aquela gota que caiu em cima daquele bocado de folha e que a fez cair com a mesma brutalidade de um pássaro morto na caçada, levantei-me impulsivamente. Quis abrir os olhos mas, eles permaneceram fechados! Sai do meu quarto, do meu pequeno universo vazio, desci as escadas e só parei de correr quando apanhei a exacta folha que tinha caído e quando a senti na mão. Os meus olhos finalmente abriram e apercebi-me que estava na presença, não de uma folha caída, mas de uma vida perdida…

Paralisei. Olhei a folha mil vezes… imobilizei-me e, nem a chuva a agredir-me, nem o vento a secar-me os olhos me fizeram mover. Foi dos piores momentos da minha vida, não sei se ri ou se chorei naquele momento invejei mais que nunca a chuva! “não consegui enfrentar aquele obstáculo!”


Um dia quis voar…