Um dia como qualquer outro… O sol dava-se por perdido e eu perdi-me com ele… a chuva caía e eu, sentada na minha cama, no meu cubículo invejava a sua invulgar maneira de encarar cada obstáculo… a maneira que tinha de não fugir e não ignorá-lo… caía-lhe em cima com a mesma facilidade que eu a contemplava…
Com aquela gota que caiu em cima daquele bocado de folha e que a fez cair com a mesma brutalidade de um pássaro morto na caçada, levantei-me impulsivamente. Quis abrir os olhos mas, eles permaneceram fechados! Sai do meu quarto, do meu pequeno universo vazio, desci as escadas e só parei de correr quando apanhei a exacta folha que tinha caído e quando a senti na mão. Os meus olhos finalmente abriram e apercebi-me que estava na presença, não de uma folha caída, mas de uma vida perdida…
Paralisei. Olhei a folha mil vezes… imobilizei-me e, nem a chuva a agredir-me, nem o vento a secar-me os olhos me fizeram mover. Foi dos piores momentos da minha vida, não sei se ri ou se chorei naquele momento invejei mais que nunca a chuva! “não consegui enfrentar aquele obstáculo!”
Um dia quis voar…
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